domingo, 5 de junho de 2011

Preciso sair da caixa


Minha respiração está inconstante desde sábado. Meu coração bate mais depressa. Olho para minhas unhas e sinto vontade de destruí-las com os dentes. Se não fosse esse frio horroroso, estou certa, estaria suando em bicas.

Isso começou no sábado à tarde, quando eu e meus futuros vizinhos fizemos mais uma assembleia do condomínio (geralmente essas reuniões só saem após a entrega das chaves, mas, como houve problemas e atrasos na obra, nos organizamos antes). Tudo porque, segundo informações da comissão de moradores, o Habite-se da obra deve sair até a próxima sexta-feira. Ou seja, assim que a vistoria estiver ok, vamos poder nos mudar.

Isso significa muita coisa. Para mim, além da realização do sonho da casa própria, significa que minha vida vai sair de dentro da caixa. 

- Como assim, Tatiana?

Explico: comprei apartamento na planta em dezembro de 2009, com previsão de entrega para fevereiro de 2011. Lá por junho de 2010, comecei, aos poucos, a guardar minhas coisas em caixas. Os livros - que estavam sujando porque eu morava em um local movimentado e cheio de fuligem - foram os primeiros. Depois discos, roupas, sapatos etc.

Como tive de entregar o apartamento que dividia em janeiro deste ano, encaixotei o resto e me mudei para a casa da minha irmã. Seria por um mês (dois no máximo), então separei uma dúzia de peças de roupa, dois ou três pares de sapato e alguns objetos pessoais. Era tudo o que eu tinha "fora das caixas". E é tudo que eu tenho até então.

Evidentemente, com a chegada do frio, tive de guardar as roupas "de janeiro" e buscar casacos e cachecóis. Mas quis muito saber das minhas luvas (que não achei), tive de pedir meias para minha irmã e comprar alguns itens porque é praticamente impossível encontrar minhas coisas no meio de tantas caixas.Nunca senti tanta falta de um guarda-roupas. Prometo que tentarei manter meu armário organizado quando tiver minha casa.

Também tem meus utensílios de cozinha. Ganhei muita coisa de aniversário, comprei dezenas de cacarecos e, agora, mal lembro do que tenho. As caixas não são transparentes.

A mudança será uma libertação para mim. De certa forma, me sinto dentro de uma caixa também.

Mas tudo bem. O sofrimento está quase no fim.

P.S.: Prometo que o próximo post vai ser mais alegre

Um comentário:

hanelore disse...

Que felicidade amiga querida!
Estou contando os minutos pro fone fixo...hehehe...saudade!