Eu sou muito apegada às minhas professoras. Me lembro da primeira (e sei onde trabalha, porque tempo e distância foram vaporizados pelo Google).
E, ontem, se foi uma das poucas mestras da minha faculdade de quem me lembrava com um sorriso: Eunice Olmedo. Louca, dramática, intensa, engraçada. Nos enfeitiçava com sua voz e com sua movimentação em frente à classe, com suas gargalhadas e com seu jeito peculiar de, de uma hora pra outra, parar tudo e perguntar:
- Qual é o teu signo?
Eunice nunca confiou muito em escorpianos, como eu, mas sempre me tratou com carinho, dizia para eu ser boa com as pessoas, paciente. Na última vez que nos encontramos, há duas semanas, contei que tinha comprado um apartamento e ela comemorou a conquista como se eu fosse filha dela.
Sabiamente, disse que eu tinha de ter cuidado com as amizades interesseiras a partir de agora - porque os invejosos não distinguem uma pessoa rica de uma pessoa pagando prestação por 25 anos - e tratar da vida, de me divertir, porque o mais certo, eu já havia feito.
Foi-se aquela gargalhada, foram-se aqueles uuuusss e aaasss (entre outros ruídos estranhos que ela fazia para manifestar opinião), foi-se o grito "coió" (para o aluno besta - todos nós). Foi-se ela, a nossa estrela, que se pôs levando lágrimas e saudade.
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